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O pau (de selfie) nosso de cada dia




Não é de hoje que ouvimos a famosa expressão: "Pau de selfie". Tornou-se comum usá-la, associada às fotografias tiradas para serem vinculadas nas redes sociais. É uma tendência, "modinha", que reflete, para os adeptos da prática, status e posição social. "Estou na moda, posso estar na moda. E ainda mais, tenho um iphone". É engraçado se dizer, mas há todo um complexo raciocínio acerca da utilização do objeto; não só de desejo, mas de necessidade.
O atual pau de selfie, mostra o quão a sociedade é habituada a ostentar. Mostrar aos outros o quanto ele está bem, não como um exemplo de vida, mas como uma atitude soberba, é um artifício para criar uma representação forte e superior de si mesmo. A associação a objetos e bens de consumo não é novidade... É uma atitude que discorre dos mais antigos hábitos sociais. Éramos assim, desde a família real. Com cores, brasões, "ostentar" é uma herança sócio-hereditária, um dos tantos malefícios que herdamos. "Naquela época, o poder e a riqueza dos donos de engenhos eram demonstrados através de luxuosas vestimentas e do grande número de escravos que possuíam. Havia uma preocupação maior com a aparência do que com a moradia ou a alimentação". (fundação JoaquimNabuco)
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&id=831:casa-grande-engenho acesso: 20/01/2015



Nossa sociedade, embora brande e rosne irrevogavelmente por igualdade, paz e amor... Alimenta, particularmente, o desejo de ser maior que o outro. Pior que isso, agem inconscientemente, adestrados por hábitos jogados no meio social para entreter os indivíduos. As tendências nada mais são que fruto da retórica mercadológica, publicidade. Fazem com que o objeto pareça necessário, e além disso, chique e "ostentador". Demonstra o quão nossa sociedade está imatura psicologicamente, somos seres totalmente sozinhos, amedrontados, que precisamos de aceitação social, vivemos passivamente e nos agarramos nas tendências para sermos inclusos no meio social. Entenda, caro leitor, que isso tudo assola 80% de nossa sociedade, não ela toda. Exatamente por isso, pela porcentagem ser tão grande, que o que toma conta do mercado cultural seja tão simplório - para não dizer patético -.



Mas falando do "Pau de Selfie", acho que agora você já entendeu o porquê de tamanho sucesso. É um objeto que, na linguagem de administração, "agrega valor". É um conceito mítico, vale ressaltar, porque os indivíduos que o praticam, na verdade, estão fortalecendo o mercado de porcarias, bugigangas. É perfeito para o mercado, e como digo: "Há sempre quem ganhe". Mas numa lógica mais saudável, por que gastar dinheiro com isso? Provavelmente alguém responderá:

1. Idiota, que recalque é esse? Como se tu nunca tirou uma foto com os amigos e não cabia todo mundo ou sempre alguém tinha que ficar de fora por bater a foto.

2. Recalque puro, isso é inveja.

3. Muito recalque, recaldado da recalcação do master overblaster do recalque, idiota.

Pulando esse conceito amplo, a arma de defesa dos acéfalos, "recalque", título para outro desabafo, espero que tenha ficado claro meu ponto de vista. Sim, ponto de vista, e isso soa como "licença poética". Se estiver pensando em comprar um objeto desses, tudo bem, seja feliz!

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