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Resenha: A Garota da Casa Grande

Terminei a leitura do “A garota da casa grande” com uma grande satisfação em tê-lo lido. O livro é leve, pequeno, mas com uma história avassaladora.


         Geórgia, uma garota da cidade grande, vê-se limitada a passar as férias na companhia de sua vó e tia, numa cidadezinha de interior. O que parecia ser só mais um ano de férias fatídicas converte-se numa calorosa paixão por uma misteriosa garota, a vizinha “não-da-frente-mas-da-diagonal”.
         Alice, a meiga e complexa Alice e a quem pertence o título de a garota da casa grande. Seus belos olhos verdes foram detalhadamente marcantes na narrativa desse cativante amor.
         O livro aborda a complexidade que é se aceitar e ser aceito num local onde a concepção e valores mantém-se os mesmo. E que ironicamente, não se limita às fatídicas cidadezinhas...
         Com uma narrativa inteligente e um poder de captar as “figurinhas” da vida, Amanda Marchi soube construir um verdadeiro significado para o que é o amor entre duas pessoas do mesmo sexo. Algo que não se limite ao banal.
         Descreveu perspicazmente a relação entre jovens e avós/familiares com a questão de sexualidade. “Como vão os namoradinhos?” Aquela velha pergunta feita por aquela velha senhora a quem conhecemos por vó ou vô. É incrível como eles possuem tanta desinibição para tocar nesse assunto de forma tão natural, e talvez seja! Mas a moralidade esconde os desejos humanos, pondo-os em categorias de erro e desaprovação.
         A descoberta pelos prazeres da vida segue a linha “It felt so wrong, it felt so right”. Porque, por mais que Alice soubesse que era aquilo que ela queria, e que o visse de forma tão pura e indolor... Algo dentro de si a impedia de ser si mesma, de viver sua vida. “O período de transição”, como é descrito no livro. Então o amor entre as duas garotas é gradativo, e a narrativa segue uma estrutura poética. Ambos vão conhecendo umas as outras e a si mesmas no decorrer do livro. Passam por situações inusitadas, por tentativas engraçadas de tentarem fugir do que são e tardar o inevitável.

         E por falar em tardar o inevitável, viveram juntas, altos e baixos naquele eterno período de “Que seja pra sempre enquanto durar”... E ambas deram o que puderam dar... 


ps: Não podemos esquecer do Max. "O amigo fiel". 

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